Procuradores processam Trump por ameaça de cortar fundos
Vinte procuradores-gerais estaduais democratas entraram com dois processos na justiça federal contra a administração de Donald Trump, acusando o governo de ameaçar cortar o financiamento federal de estados que se recusassem a apoiar sua política de imigração. Os procuradores alegam que a medida violaria a Constituição dos Estados Unidos, que atribui ao Congresso a autoridade para decidir sobre os gastos federais, e não ao executivo.
A ação foi motivada por ameaças feitas por autoridades do governo Trump, incluindo os secretários da Segurança Interna, Kristi Noem, e dos Transportes, Sean Duffy, que afirmaram que os estados que não cooperassem com a agenda de imigração do presidente perderiam o financiamento federal. Embora nenhum corte tenha ocorrido até o momento, os procuradores apontam que a ameaça é iminente e prejudica a autonomia dos estados.
O procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, destacou que a utilização de fundos federais como “moeda de troca” para forçar estados a adotarem políticas de imigração específicas do governo federal é inconstitucional. Por outro lado, a porta-voz do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, defendeu que o governo Trump está agindo dentro da lei ao negar financiamento aos estados que não cumprirem com as suas políticas de segurança pública e imigração.
Os processos estão sendo liderados pela Califórnia, mas também envolvem outros estados como Colorado, Connecticut, Illinois, Nova Jersey e Nova Iorque. O objetivo dos procuradores é garantir que o governo federal não use o financiamento como uma ferramenta de coerção para implementar suas políticas migratórias, que incluem a deportação em massa de imigrantes ilegais.
Este caso faz parte de uma série de processos que a Califórnia e outros estados têm movido contra o governo Trump, especialmente em questões relacionadas à imigração, tarifas e políticas de diversidade. Para os procuradores, as ações de Trump representam um aumento do autoritarismo no país, como afirmou Peter Neronha, procurador-geral de Rhode Island, que participou dos processos.
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