Irão pede cessar-fogo e oferece negociar programa nuclear
O Irão está a recorrer a canais diplomáticos improváveis, incluindo países rivais e antigos inimigos, para tentar travar os ataques aéreos israelitas em curso. Segundo o Wall Street Journal e a Reuters, Teerão manifestou abertura para negociar o seu programa nuclear com os Estados Unidos, em troca de um cessar-fogo imediato com Israel.
Fontes diplomáticas indicam que o Irão pediu ao Catar, à Arábia Saudita e ao Omã que intercedessem junto dos EUA e de Israel para alcançar uma trégua. Em particular, os pedidos dirigidos ao antigo presidente norte-americano Donald Trump, uma figura ainda influente junto de certos sectores políticos norte-americanos, visam pressionar Telavive a parar os ataques.
Esta aproximação surge num momento crítico: aviões israelitas têm atingido múltiplos alvos dentro do território iraniano, incluindo alegadas infraestruturas nucleares. Os contra-ataques do Irão, até agora, surtiram poucos efeitos, e as autoridades israelitas sentem-se cada vez mais à vontade para continuar com a ofensiva.
Apesar da rivalidade histórica com Israel e da tensão persistente com os EUA, o Irão parece estar disposto a negociar com os seus maiores adversários, numa tentativa de evitar uma escalada regional ainda maior. Ao mesmo tempo, os líderes do Golfo — tradicionalmente aliados dos EUA e rivais de Teerão — estão a servir como intermediários nesta delicada dança diplomática, mantendo conversações constantes entre si, com Washington e com os iranianos.
Contudo, analistas alertam que Israel não tem incentivos claros para travar a ofensiva neste momento, enquanto o Irão mostra vulnerabilidades e sinais de desgaste. Ainda assim, a possibilidade de retomar negociações sobre o programa nuclear iraniano poderá reacender esperanças diplomáticas para um acordo mais amplo que reduza as tensões no Médio Oriente.
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