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Alemanha vai ajudar Ucrânia a produzir mísseis de longo alcance

A Alemanha anunciou esta quarta-feira (28.05) que irá apoiar a Ucrânia na produção de mísseis de longo alcance, numa colaboração que poderá ocorrer tanto em território ucraniano como alemão. O chanceler Friedrich Merz revelou que os ministros da Defesa de ambos os países assinarão um protocolo de cooperação industrial, cuja produção ficará sob responsabilidade da indústria de armamento ucraniana, com possíveis componentes fornecidos pela Alemanha.

Esta decisão surge como alternativa ao envio direto dos mísseis alemães Taurus — com alcance superior a 500 km — cuja entrega vinha sendo solicitada por Kiev, mas travada por Berlim devido ao risco de ser vista por Moscovo como uma participação direta no conflito. A cooperação industrial permite contornar esse dilema político, ao mesmo tempo que reforça a capacidade militar da Ucrânia.

O anúncio ocorreu durante a visita do Presidente Volodymyr Zelensky a Berlim, onde reafirmou a necessidade urgente de apoio financeiro para expandir a capacidade de produção armamentista ucraniana. O líder ucraniano pediu 30 mil milhões de dólares para esse fim e afirmou que a Ucrânia pode “surpreender a Rússia” com os fundos necessários.

Zelensky também aproveitou a ocasião para apelar à inclusão da Ucrânia na próxima cimeira da NATO, marcada para junho, afirmando que a sua ausência representaria uma vitória para Vladimir Putin. Além disso, acusou Moscovo de evitar deliberadamente negociações de paz e sugeriu um encontro trilateral com Donald Trump e Putin para desbloquear o impasse diplomático.

Durante a mesma conferência, Friedrich Merz garantiu que a Alemanha continuará a fazer tudo para impedir a reativação do gasoduto Nord Stream 2, projeto que nunca entrou em operação e foi abandonado após explosões misteriosas em 2022. A infraestrutura, segundo Merz, representa uma ferramenta de pressão russa sobre a Europa e não deve ser retomada.

Com estas medidas, Berlim reforça o seu papel como principal parceiro europeu da Ucrânia em termos de apoio militar, logo após os Estados Unidos, num momento em que a guerra ultrapassa os três anos de duração e permanece sem solução à vista.

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