A recente proposta do presidente norte-americano, Donald Trump, de taxar em 100% as produções audiovisuais feitas fora dos Estados Unidos gerou grande preocupação no Canadá. A indústria audiovisual canadense, que é um dos maiores setores do país, está alarmada com o impacto potencial que essas tarifas poderiam ter na economia local, especialmente nas regiões mais afetadas pelas filmagens internacionais, como Toronto e Vancouver.

Olivia Chow, presidente da Câmara de Toronto, destacou que a indústria do entretenimento na cidade emprega cerca de 30 mil pessoas e que as tarifas propostas por Trump seriam “devastadoras” para o setor. Segundo ela, uma medida dessa magnitude poderia prejudicar a estabilidade financeira de muitas famílias e empresas que dependem diretamente da produção de filmes e séries no Canadá. Por sua vez, Vic Fedeli, ministro do Desenvolvimento Econômico de Ontário, qualificou a proposta como um “ataque direto” ao Canadá, especialmente considerando que os dois países têm uma relação comercial significativa, e essa ação poderia afetar profundamente os laços econômicos bilaterais.

O Canadá tem sido um destino popular para produções audiovisuais devido aos incentivos fiscais que oferece, permitindo que grandes estúdios de Hollywood e plataformas de streaming como Netflix e Amazon Prime realizem filmagens no país. Vancouver, na Colúmbia Britânica, é frequentemente chamada de “Hollywood do Norte” devido ao grande número de produções filmadas ali. Além disso, a província da Colúmbia Britânica é o terceiro maior local de filmagens da América do Norte, atrás apenas da Califórnia e de Nova Iorque.

Além das tarifas, Trump também provocou indignação no Canadá ao sugerir, em diversas ocasiões, que o país deveria deixar de ser independente e se tornar o “51.º Estado” dos Estados Unidos. Essa proposta, que sempre causou controvérsias, foi mais uma fonte de tensão nas já delicadas relações entre os dois países, com o Canadá sendo desafiado a proteger sua soberania e suas indústrias diante de pressões externas.

O governo canadense e o setor audiovisual continuam a monitorar a situação de perto, temendo que as tarifas propostas afetem não apenas a economia, mas também o setor criativo e as oportunidades de trabalho para os canadenses envolvidos na produção de conteúdo para a indústria global do entretenimento.