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Celso Amorim defende paz possível para guerra na Ucrânia

O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, defendeu neste sábado (11) a necessidade de buscar uma “paz possível” para encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia, afirmando que essa solução é mais realista do que esperar por uma “paz ideal” que pode nunca se concretizar.

Segundo Amorim, o Brasil reconhece que a resolução da guerra exigirá negociações que incluam concessões territoriais por parte da Ucrânia, como a situação da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014 sem reconhecimento internacional. Ele sugeriu que decisões mais definitivas sobre essas áreas podem ser tomadas futuramente, por exemplo, por meio de plebiscitos em cinco ou dez anos.

Amorim admitiu que essa visão aproxima o Brasil, em termos práticos, de propostas similares às do ex-presidente americano Donald Trump, embora ressalte que não se trata de afinidade ideológica ou ética, mas sim de um posicionamento pragmático.

Além da questão territorial, Amorim apontou que o provável veto do presidente russo Vladimir Putin à entrada da Ucrânia na Otan será outro ponto decisivo nas negociações. Ele também destacou que a Europa enfrenta limites concretos para manter apoio indefinido à Ucrânia, considerando os desafios internos da União Europeia, como a crise migratória e as pressões sobre gastos sociais.

As declarações foram feitas durante a viagem da comitiva presidencial entre Moscou e Pequim. A visita ocorreu após o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Vladimir Putin, na última sexta-feira (9), em Moscou. No encontro, Lula apresentou propostas, junto com a China, para mediar o fim do conflito.

Amorim reforçou que a paz deve considerar os interesses de ambas as partes envolvidas e a realidade geopolítica, e que o Brasil está disposto a colaborar ativamente para facilitar o diálogo entre Rússia e Ucrânia.

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