China expande poder naval com novos porta-aviões no Pacífico
A China está a reforçar significativamente a sua presença marítima no Pacífico, operando simultaneamente três grupos de ataque de porta-aviões – uma demonstração inédita de poder naval. Segundo a CNN, os exercícios envolveram os porta-aviões Shandong, Liaoning e o mais recente e tecnologicamente avançado Fujian, que começou recentemente a realizar operações de descolagem e aterragem no mar com o moderno sistema de catapulta eletromagnética (EMALS), até agora exclusivo da Marinha dos EUA.
Desde o início de maio, a Marinha do Exército Popular de Libertação (PLAN) tem conduzido manobras navais a norte das Filipinas, nas águas próximas da Península da Coreia e ao largo do Japão, colocando pressão sobre pontos estratégicos como Taiwan, as ilhas Senkaku/Diaoyu e áreas disputadas no Mar do Sul da China. Analistas consideram que estas operações são uma resposta direta às possíveis intervenções dos EUA em defesa de Taiwan, uma ilha que a China continua a reivindicar como parte do seu território.
A movimentação chinesa para lá da primeira cadeia de ilhas — que inclui Japão, Filipinas e Indonésia — até à segunda cadeia, que se estende até Guam e Palau, marca um avanço operacional histórico. É também visto como um sinal claro da ambição de Pequim de se posicionar como uma potência naval global.
O porta-aviões Fujian, com cerca de 80.000 toneladas, destaca-se como o maior navio de guerra não americano já construído, com capacidade para operar cerca de 50 aeronaves, incluindo a futura versão naval do caça stealth J-35. O navio foi testado na Zona de Medidas Provisórias entre China e Coreia do Sul, o que gerou preocupações sobre as intenções militares de Pequim.
Além disso, a China está a construir um novo porta-aviões — o Type 004 — que deverá ser movido a energia nuclear, o que ampliará drasticamente o alcance e autonomia operacional da sua marinha.
Apesar destes avanços, analistas internacionais alertam que, embora a China esteja a reduzir rapidamente a distância em relação à Marinha dos EUA, ainda está numa fase inicial de experiência com operações navais de longa distância. No entanto, a mensagem estratégica está clara: a China pretende projetar o seu poder naval a nível global, e já dispõe de meios para o fazer.
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