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Estreito de Ormuz: ponto-chave global sob risco de conflito

O Estreito de Ormuz, localizado entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, é considerado uma das rotas marítimas mais importantes para o abastecimento energético mundial. Cerca de 20 milhões de barris de petróleo passam diariamente por esta passagem estratégica, o que representa aproximadamente 20% da produção global. Apesar da sua largura total ser de 33 quilómetros, os canais navegáveis têm apenas cerca de três quilómetros em cada direção, obrigando os navios a atravessar águas territoriais iranianas e omanenses.

A crescente tensão entre o Irão, os Estados Unidos e Israel está a aumentar os receios de uma eventual interrupção do tráfego marítimo nesta zona crítica. Após os recentes ataques norte-americanos a alvos nucleares iranianos, o preço do petróleo subiu consideravelmente, refletindo o nervosismo dos mercados. O Brent chegou a ultrapassar os 80 dólares por barril, valor que não se via desde janeiro.

Embora não haja confirmação de quaisquer bloqueios, algumas figuras influentes no Irão, próximas do poder político, sugeriram a possibilidade de encerrar o estreito em resposta às ofensivas ocidentais. No entanto, especialistas alertam que essa medida teria consequências severas para o próprio Irão, nomeadamente nas suas relações com parceiros como a China, principal comprador de petróleo iraniano.

A região mantém-se sob forte vigilância militar, com presença reforçada das forças navais dos EUA, funcionando como elemento dissuasor. Ainda assim, uma ação militar iraniana poderia desestabilizar ainda mais os mercados e comprometer o fornecimento de energia a países asiáticos altamente dependentes desta rota, como China, Índia e Coreia do Sul.

Enquanto isso, apelos internacionais pedem contenção e diálogo. A China e a Índia reforçaram a importância de manter a estabilidade no Golfo, sublinhando que qualquer escalada poderá ter impactos económicos globais significativos.

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