A Universidade de Harvard entrou com um processo contra a administração de Donald Trump, acusando o governo de violar a Constituição dos Estados Unidos ao revogar a autorização da instituição para matricular estudantes internacionais. O processo foi apresentado em um tribunal federal de Boston, e Harvard considerou a medida uma “violação flagrante” da Primeira Emenda da Constituição, que garante a liberdade acadêmica e de expressão, além de outras leis federais.

De acordo com a universidade, a decisão do governo afetaria significativamente a sua comunidade estudantil, excluindo cerca de um quarto do corpo discente de Harvard, composto por estudantes internacionais. A instituição afirmou que esses estudantes têm um papel fundamental na diversidade do campus e contribuem de maneira significativa para a missão educativa da universidade.

Harvard também fez referência a uma tentativa de retaliação do governo contra a universidade por esta exercer seus direitos constitucionais, incluindo a recusa em aceitar tentativas de controle sobre sua governança, currículo e ideologia acadêmica. Esse processo ocorre em meio a uma crescente tensão entre as instituições de ensino superior e o governo federal, especialmente sobre questões envolvendo a liberdade acadêmica e o controle sobre a educação superior.

A medida tomada pela administração Trump foi em resposta à decisão da Secretaria de Segurança Interna dos EUA, liderada por Kristi Noem, que determinou o encerramento da certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio de Harvard. A revogação entrará em vigor a partir do ano letivo de 2025-2026, afetando diretamente os programas que permitem a matrícula de estudantes internacionais em diversas universidades dos EUA.

Este episódio se insere em um contexto mais amplo de políticas migratórias restritivas adotadas pela administração Trump, que também se refletiram em outras áreas, como a imigração e o controle de vistos para estudantes estrangeiros.