RDC e Rwanda avançam com proposta de paz para o conflito
A República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda apresentaram um projeto de proposta de paz, no contexto de uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos, com o objetivo de pôr fim ao violento conflito no Leste do Congo. A informação foi divulgada por Massad Boulos, conselheiro sénior do Presidente norte-americano Donald Trump, que considerou o gesto “um passo importante para a estabilização da região”.
O conflito intensificou-se no início de 2025, com a ofensiva dos rebeldes do grupo M23 — apoiados pelo Rwanda — que tomaram cidades estratégicas como Goma e Bukavu. A violência já provocou cerca de 7 mil mortes e forçou mais de 7 milhões de pessoas a abandonarem as suas casas, aprofundando a crise humanitária na região.
A proposta de paz surge na sequência de uma reunião realizada em abril em Washington, onde os dois países se comprometeram a colaborar sob supervisão internacional. O plano prevê novas negociações ainda este mês, com a possibilidade de assinatura do acordo final na Casa Branca, até junho, na presença dos Presidentes do Rwanda e da RDC, do Presidente Trump e de outros líderes africanos.
Enquanto isso, a situação no terreno continua tensa. A cidade de Lunyasenge, no Leste da RDC, foi recentemente tomada por forças do M23, resultando em pelo menos 17 mortes. O exército congolês classificou o ataque como uma “violação clara” da trégua. Delegações do governo e dos rebeldes permanecem reunidas em Doha, no Qatar, para tentar alcançar um cessar-fogo efetivo.
Paralelamente, as tropas da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que operavam na RDC, começaram a sua retirada, devendo concluir a missão até ao fim de maio. A decisão foi tomada após um acordo de cessar-fogo com os rebeldes e reflete uma nova fase do esforço regional por estabilidade. Desde o início do ano, os confrontos custaram a vida a 17 soldados da SADC, incluindo sul-africanos e malauianos.
Com a retirada das forças da SADC e o envolvimento direto dos EUA nas negociações, cresce a esperança de um desfecho pacífico para um dos mais prolongados conflitos do continente africano.
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