Carregando agora

Testemunhas divergem sobre intenção golpista de Bolsonaro

O processo que investiga uma alegada tentativa de golpe de Estado por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições de 2022 encontra-se em fase de instrução no Supremo Tribunal Federal (STF), e as testemunhas ouvidas até agora apresentaram versões divergentes sobre o comportamento e as intenções do ex-chefe de Estado.

De um lado, aliados próximos de Bolsonaro, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o senador Ciro Nogueira, descreveram-no como emocionalmente abatido após a derrota nas urnas e afirmaram que ele aceitou o resultado, tendo inclusive dado ordens para iniciar a transição de governo. Segundo Tarcísio, “jamais” se falou em ruptura institucional nas conversas que manteve com Bolsonaro.

Já os ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Força Aérea Brasileira (FAB), Carlos de Almeida Baptista Júnior, confirmaram que houve reuniões com o ex-presidente nas quais foram discutidas minutas com teor golpista. Baptista Júnior mencionou até a hipótese de prisão do ministro Alexandre de Moraes e classificou algumas reuniões como um “brainstorming” sobre medidas de exceção.

A divergência entre os relatos levanta dúvidas quanto à real intenção de Bolsonaro durante o período pós-eleitoral. A Procuradoria-Geral da República acusa o ex-presidente de cinco crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e dano ao património da União. Caso condenado, poderá enfrentar uma pena que pode chegar a 39 anos de prisão.

A última testemunha será ouvida no dia 2 de junho. Após isso, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, decidirá os próximos passos, como possíveis diligências adicionais ou o agendamento dos interrogatórios dos réus.

Publicar comentário